Metodologias

As metodologias utilizadas refletem-se na sensibilidade e especificidade de cada teste. Quanto mais sensível o método, ou a combinação de métodos usados, maior é a probabilidade de alcançar um diagnóstico genético (gene e variantes causais). Nesse sentido, também a maior utilidade clínica de um teste genético reflete-se na melhor otimização de recursos, nomeadamente com outros exames complementares de diagnóstico.

Análise de fragmentos + RP-PCR

Para pesquisa de expansões de regiões repetitivas, em particular, nas ataxias espinocerebelares autossómicas dominantes (SCAs), doença de Huntington e outras doenças causadas por este tipo de expansões, o CGPP-IBMC assegura a análise de fragmentos para a determinação do tamanho destes alelos. Esta análise é complementada com a técnica de repeat-primed PCR (RP-PCR) que permite excluir ou confirmar a presença de expansões patogénicas. Ou seja, distinguir dois alelos normais com o mesmo tamanho versus um alelo normal e outro expandido (este último não amplificado por PCR convencional).

  • Ataxias espinocerebelosas, incluindo SCA27B (ATXN1, ATXN2, ATXN3, CACNA1A, ATXN7, ATXN8OS, ATXN10, PPP2R2B, TBP, ATN1, FGF14)
  • Demência fronto-temporal/Esclerose lateral amiotrófica (C9ORF72)
  • Síndrome de X-frágil (FMR1)
  • Epilepsia mioclónica de Unverricht-Lundborg (CSTB)
  • Distrofia miotónica tipos 1 e 2 (DMPK e CNBP, respetivamente)
  • Distrofia fácio-escapulo-umeral tipo 1 (gene FSHD1, locus D4Z4)
  • Doença de Huntington (HTT)
  • Síndrome de ataxia cerebelar, neuropatia e arreflexia vestibular – CANVAS (RFC1)

Sequenciação de Sanger completa + MLPA

A grande maioria das grandes deleções em heterozigotia ou grandes duplicações (ou seja, que envolvem um ou mais exões, também denominadas como “copy-number variants” – CNVS), não são detetáveis pela técnica de sequenciação convencional ou pela pesquisa de variantes mais frequentes. Sempre que justificável, o CGPP-IBMC assegura a sequenciação ao longo de todo o gene (regiões codificantes e intrónicas flanqueantes) e a pesquisa de grandes deleções ou duplicações pela técnica “multiplex ligation-dependent probe amplification” (MLPA). A combinação destas duas abordagens possibilita uma maior sensibilidade e evita a realização de outros testes não orientados e desnecessários. O CGPP-IBMC não utiliza métodos de deteção indireta (“rastreio”) de variantes (tais como SSCP, DHPLC, HRM, etc.), a sequenciação direta + MLPA (se aplicável) é a abordagem preferencial, acarretando a posteriori menores custos.

  • Análise dirigida para gene único
  • Confirmação de variantes familiares

Sequenciação de Nova Geração (NGS)

Quando consideramos doenças geneticamente heterogéneas ou há a possibilidade de existirem vários diagnósticos diferenciais, a Sequenciação de Nova Geração permite a análise em simultânea de vários genes, de forma muito mais rápida e custo-efetiva em relação à análise individual (simultânea ou de forma sequencial) de cada gene.

Para cada Painel MultiGene baseado na sequenciação completa do exoma, asseguramos:

  • Análise e interpretação da informação genética obtida no contexto clínico
  • Sequenciação total das regiões codificantes e intrónicas flanqueantes, com uma cobertura vertical mínima de 20x
  • Confirmação por sequenciação de Sanger das variantes de qualidade reduzida
  • Confirmação por MLPA e/ou qPCR (PCR quantitativo) de grandes deleções ou duplicações (envolvendo um ou mais exões, CNVs) identificadas através da análise dos dados de cobertura
  • Identificação de variantes no DNA mitocondrial: sequenciação dos 37 genes do genoma mitocondrial